12 de dezembro de 2016

Riso crescente -

Diabólico riso a noite traz,
sorriso lácteo em meio à brisa escura.
Nem as nuvens demovem-no; mordaz,
gargalha à feia morte e à formosura.

Dos cínicos, a sátira desfaz
o sorriso de prata das alturas.
E, tocando o bordão das coisas más,
o astro sorri de nossas desventuras.

Se além da escuridão rosto não vejo,
ouço a sinistra lua que consola
com seus loucos e mágicos arpejos.

Tudo é risível! Tudo é pequeneza!
A virtude profunda se estiola
no imenso gargalhar da Natureza!